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As primeiras civilizações da história
As primeiras civilizações da história
Os registros do período neolítico (12000 aC a 4000aC, aproximadamente) mostram que nesta época já havia tribos na região da África. Por volta do século VI a C, podemos localizar a existência de uma agricultura já organizada às margens do Nilo, e a formação das divisões administrativas conhecidas como Nomos, que dariam origem à magnífica civilização egípcia.
Mas o Egito não era a única região que florescia no continente. No Norte da África habitavam os berberes, que já no século VII adotaram a religião muçulmana. Seu idioma é considerado um dos mais antigos do mundo e é falado por aproximadamente seis milhões de indivíduos, cujas tribos, como os tuaregues e os azenegues, fazem parte do povo bérbere.
O processo de desertificação da África fez com que muitas tribos, como os bérberes, fossem, durante séculos, nômades. Um dos primeiros povos africanos a se sedentarizar foram os bantos, no século II a C.
Os bantos praticavam a agricultura e se espalharam por boa parte da África sub saariana. Este povo vivia em aldeias e, além de conhecerem a agricultura, dominavam também a metalurgia, o que tornou possível sua expansão através da conquista. Por essa expansão, grande parte da África fala, ainda hoje, um idioma ou dialeto originário da língua banto. Além disso, no século XIV esse povo dominava o chamado Reino do Congo, nas regiões que compõem atualmente Angola, República do Congo e o Gabão.
>> Berço de grandes civilizações
Os registros do período neolítico (12000 aC a 4000aC, aproximadamente) mostram que nesta época já havia tribos na região da África. Por volta do século VI a C, podemos localizar a existência de uma agricultura já organizada às margens do Nilo, e a formação das divisões administrativas conhecidas como Nomos, que dariam origem à magnífica civilização egípcia.
Mas o Egito não era a única região que florescia no continente. No Norte da África habitavam os berberes, que já no século VII adotaram a religião muçulmana. Seu idioma é considerado um dos mais antigos do mundo e é falado por aproximadamente seis milhões de indivíduos, cujas tribos, como os tuaregues e os azenegues, fazem parte do povo bérbere.
Garota berbere, foto de 1950. Fonte: LIFE.com
Os bantos praticavam a agricultura e se espalharam por boa parte da África sub saariana. Este povo vivia em aldeias e, além de conhecerem a agricultura, dominavam também a metalurgia, o que tornou possível sua expansão através da conquista. Por essa expansão, grande parte da África fala, ainda hoje, um idioma ou dialeto originário da língua banto. Além disso, no século XIV esse povo dominava o chamado Reino do Congo, nas regiões que compõem atualmente Angola, República do Congo e o Gabão.
Representação do Reino do Congo. Fonte: Wikibooks
As primeiras civilizações da história
E na África também existia a escravidão...
Ao contrário do que se pode imaginar o sistema de escravidão já existia na África muito antes dos primeiros contatos com os europeus. No entanto, as características e as motivações deste processo eram muito diferentes daquelas que caracterizariam o sistema implementado pelos europeus.
Os primeiros registros da prática da escravidão na África datam do período do império Egípcio, em 2500 A.C. Os egípcios empregavam a mão de obra escrava, obtida através de vitórias militares, em praticamente todas as atividades da vida cotidiana, desde as atividades domésticas, agrícolas e, principalmente, na construção de seus famosos monumentos.
Após o fim do império dos faraós, os povos berberes, nômades da África Branca, continuaram com a prática da escravidão, através de incursões na região subsaariana para a captura de escravos negros que eram então vendidos em grandes mercados de comércio de escravos,
principalmente na região do Marrocos e do Egito.
Na região que compreende a África Negra ou Subsaariana (ao sul do deserto do Saara) o papel da escravidão, antes da chegada dos conquistadores europeus, é bem diferente. A obtenção de escravos dava-se basicamente de duas maneiras, através de expedições para captura de escravos em regiões distantes ou, a mais comum, que era através do aprisionamento de guerreiros derrotados nas batalhas tribais.
A motivação básica para essas expedições de captura de escravos era o fato de que o conceito de propriedade privada ainda não existia nas tribos africanas, só vindo a ser introduzido na realidade africana com o início do processo neocolonialista no século XIX. Desta forma, a terra disponível era dividida entre todos os habitantes das vilas e clãs. A maneira mais rápida de se aumentar a capacidade de trabalho da terra era através da escravidão, que acabava sendo uma das poucas maneiras de acesso à riqueza que o africano comum poderia ter.
O status deste escravo, no entanto, era muito diferente do que viria a ser durante o comércio com os europeus. Os escravos capturados em batalha normalmente serviam um período de dois anos aos seus donos, podendo, após isso, inclusive casar-se e fazer parte de uma nova família. Seus filhos não tinham status de escravo e poderiam viver como parte normal da tribo.
>> A escravidão
E na África também existia a escravidão...
Ao contrário do que se pode imaginar o sistema de escravidão já existia na África muito antes dos primeiros contatos com os europeus. No entanto, as características e as motivações deste processo eram muito diferentes daquelas que caracterizariam o sistema implementado pelos europeus.
Castigos escravos no antigo Egito. Fonte: http://www.historyforkids.org
principalmente na região do Marrocos e do Egito.
Na região que compreende a África Negra ou Subsaariana (ao sul do deserto do Saara) o papel da escravidão, antes da chegada dos conquistadores europeus, é bem diferente. A obtenção de escravos dava-se basicamente de duas maneiras, através de expedições para captura de escravos em regiões distantes ou, a mais comum, que era através do aprisionamento de guerreiros derrotados nas batalhas tribais.
A motivação básica para essas expedições de captura de escravos era o fato de que o conceito de propriedade privada ainda não existia nas tribos africanas, só vindo a ser introduzido na realidade africana com o início do processo neocolonialista no século XIX. Desta forma, a terra disponível era dividida entre todos os habitantes das vilas e clãs. A maneira mais rápida de se aumentar a capacidade de trabalho da terra era através da escravidão, que acabava sendo uma das poucas maneiras de acesso à riqueza que o africano comum poderia ter.
O status deste escravo, no entanto, era muito diferente do que viria a ser durante o comércio com os europeus. Os escravos capturados em batalha normalmente serviam um período de dois anos aos seus donos, podendo, após isso, inclusive casar-se e fazer parte de uma nova família. Seus filhos não tinham status de escravo e poderiam viver como parte normal da tribo.
Escravos na África Central - Século XIX - Fonte: Encarta
Um continente segregado
Observe a figura: reparou que a maior parte das fronteiras entre os países são linhas retas ou arcos de circunferência, ao contrário do que ocorre com países de outros continentes, em que as fronteiras são demarcadas por acidentes naturais e, assim, são sinuosas? Bem, essa geometria geográfica é obra da Conferência de Berlim, como veremos adiante.
Os primeiros a chegar à região foram os hutus, de pele mais escura e menor estatura, que tinham tradição agrícola. Logo depois chegaram os tutsis, predominantemente pastoreiros e mais altos. Assim que chegaram, eles submeteram os hutus à servidão, estabelecendo um reino organizado num sistema feudal e baseado na crença racista da superioridade dos tutsis sobre os hutus.
Por volta de 1880, o imperialismo branco europeu chegou à região que passou a se chamar África Oriental Alemã. Os tutsis tornaram-se colaboracionistas dos alemães e depois dos belgas que passam a ocupar a área durante a I Guerra Mundial (1914-1918). Repare que a dominação dos tutsis sobre os hutus continuou e gerava muita insatisfação dos dominados! No início dos anos 1960, a região tornou-se independente, criando-se, assim, dois países: Burundi e Ruanda. Mas, cada qual com as duas etnias em seu território. Em Burundi, o primeiro presidente era tutsi e em Ruanda, o poder ficou concentrado no líder hutu. Mas, nenhum grupo estava satisfeito. Todos queriam que a região inteira estivesse sendo governada por um integrante do seu povo!
Desde então golpes de estado e conflitos étnicos têm feito parte da história de Ruanda e Burundi: tudo aquilo a que tradição autoritária somada a racismo, tribalismo, elitismo, dependência econômica e carência educacional sempre predispõem.
>> Presença europeia
Observe a figura: reparou que a maior parte das fronteiras entre os países são linhas retas ou arcos de circunferência, ao contrário do que ocorre com países de outros continentes, em que as fronteiras são demarcadas por acidentes naturais e, assim, são sinuosas? Bem, essa geometria geográfica é obra da Conferência de Berlim, como veremos adiante.
Os primeiros a chegar à região foram os hutus, de pele mais escura e menor estatura, que tinham tradição agrícola. Logo depois chegaram os tutsis, predominantemente pastoreiros e mais altos. Assim que chegaram, eles submeteram os hutus à servidão, estabelecendo um reino organizado num sistema feudal e baseado na crença racista da superioridade dos tutsis sobre os hutus.
Por volta de 1880, o imperialismo branco europeu chegou à região que passou a se chamar África Oriental Alemã. Os tutsis tornaram-se colaboracionistas dos alemães e depois dos belgas que passam a ocupar a área durante a I Guerra Mundial (1914-1918). Repare que a dominação dos tutsis sobre os hutus continuou e gerava muita insatisfação dos dominados! No início dos anos 1960, a região tornou-se independente, criando-se, assim, dois países: Burundi e Ruanda. Mas, cada qual com as duas etnias em seu território. Em Burundi, o primeiro presidente era tutsi e em Ruanda, o poder ficou concentrado no líder hutu. Mas, nenhum grupo estava satisfeito. Todos queriam que a região inteira estivesse sendo governada por um integrante do seu povo!
Desde então golpes de estado e conflitos étnicos têm feito parte da história de Ruanda e Burundi: tudo aquilo a que tradição autoritária somada a racismo, tribalismo, elitismo, dependência econômica e carência educacional sempre predispõem.
Apartheid
O primeiro contato dos povos habitantes da região da atual África do Sul com os brancos europeus ocorreu com a chegada do navegador e explorador português Bartolomeu Dias, que em 1487 atracou na região onde hoje se situa a Cidade do Cabo (Cape Town) e o Cabo da Boa Esperança.
No entanto, as primeiras tentativas de colonização daquela região ocorreram com o estabelecimento de um entreposto comercial holandês, que tinha como objetivo abastecer os navios mercantes europeus que seguiam em direção às índias e à Oceania.
Desde os primeiros contatos, o relacionamento com os nativos foi belicoso, uma vez que os povos autóctones resistiam à presença branca. Através de uma série de incursões militares e a exploração das diferenças e rivalidades tribais, os brancos europeus acabaram por assegurar o domínio territorial da região, domínio este subordinado ao império britânico ao fim da segunda guerra Bôer.
Na maioria das colônias e ex-colônias europeias a separação entre brancos europeus e negros africanos sempre existiu em uma maior ou menor escala, a diferença, no entanto, entre a África do Sul e estas outras regiões foi a extensão que esta separação veio a atingir tanto no ponto de vista das políticas públicas quanto no cotidiano da população sul-africana.
O primeiro contato dos povos habitantes da região da atual África do Sul com os brancos europeus ocorreu com a chegada do navegador e explorador português Bartolomeu Dias, que em 1487 atracou na região onde hoje se situa a Cidade do Cabo (Cape Town) e o Cabo da Boa Esperança.
No entanto, as primeiras tentativas de colonização daquela região ocorreram com o estabelecimento de um entreposto comercial holandês, que tinha como objetivo abastecer os navios mercantes europeus que seguiam em direção às índias e à Oceania.
Desde os primeiros contatos, o relacionamento com os nativos foi belicoso, uma vez que os povos autóctones resistiam à presença branca. Através de uma série de incursões militares e a exploração das diferenças e rivalidades tribais, os brancos europeus acabaram por assegurar o domínio territorial da região, domínio este subordinado ao império britânico ao fim da segunda guerra Bôer.
Na maioria das colônias e ex-colônias europeias a separação entre brancos europeus e negros africanos sempre existiu em uma maior ou menor escala, a diferença, no entanto, entre a África do Sul e estas outras regiões foi a extensão que esta separação veio a atingir tanto no ponto de vista das políticas públicas quanto no cotidiano da população sul-africana.
Trabalhadores negros nas filas dos pontos de onibus após um dia de trabalho. Fonte: LIFE.com
Apartheid
Com a chegada ao poder o Novo Partido Nacional (NNP) no ano de 1948, a separação racial tomou caráter de política de estado, foi neste ano que uma série de políticas de separação racial foi oficializada. Ficava assim instituído, aquilo que passaria a ser conhecido como apartheid, que traduzido livremente para o português, significa separação ou segregação.
A minoria branca estabeleceu um sistema de segregação institucional codificando a separação racial em lei. Criaram-se sistemas paralelos de ensino, saúde e moradia, com a implementação das leis raciais, a minoria branca ficou responsável pela administração de 87% do território sul-africano.
As primeiras resistências à esta institucionalização da segregação de estado deram-se já no início dos anos 50 quando o Congresso Nacional Africano (CNA), um grupo de resistência negra, pregou a desobediência civil à liderança branca. Após o massacre de 62 pessoas o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi sentenciado à prisão perpétua.
Com a decadência do domínio europeu na África, com a descolonização de Angola e Moçambique, o fim do domínio da elite branca no atual Zimbábue, fizeram com que a pressão internacional pelo fim do apartheid se intensificasse colocando em cheque a permanência do domínio branco.
No final dos anos 80 uma série de reformas foram iniciadas, mas nenhuma com resultados efetivos, apenas com a chegada ao poder de Frederick de Klerk essas mudanças foram intensificadas. De Klerk retirou da ilegalidade o CNA, libertou Nelson Mandela após 27 anos de prisão e revogou as leis raciais restituindo a cidadania a toda população negra de seu país e realizando as primeiras eleições multirraciais em 1994, vencidas por Nelson Mandela tendo o próprio de Klerk como vice-presidente.
Por seu trabalho em prol da união e de paz, Mandela e De Klerk receberam o prêmio Nobel da paz em 1993.
>> Segregação institucionalizada
Com a chegada ao poder o Novo Partido Nacional (NNP) no ano de 1948, a separação racial tomou caráter de política de estado, foi neste ano que uma série de políticas de separação racial foi oficializada. Ficava assim instituído, aquilo que passaria a ser conhecido como apartheid, que traduzido livremente para o português, significa separação ou segregação.
A minoria branca estabeleceu um sistema de segregação institucional codificando a separação racial em lei. Criaram-se sistemas paralelos de ensino, saúde e moradia, com a implementação das leis raciais, a minoria branca ficou responsável pela administração de 87% do território sul-africano.
As primeiras resistências à esta institucionalização da segregação de estado deram-se já no início dos anos 50 quando o Congresso Nacional Africano (CNA), um grupo de resistência negra, pregou a desobediência civil à liderança branca. Após o massacre de 62 pessoas o CNA foi declarado ilegal e seu líder, Nelson Mandela, foi sentenciado à prisão perpétua.
Com a decadência do domínio europeu na África, com a descolonização de Angola e Moçambique, o fim do domínio da elite branca no atual Zimbábue, fizeram com que a pressão internacional pelo fim do apartheid se intensificasse colocando em cheque a permanência do domínio branco.
Nelson Mandela, um símbolo contra o apartheid. Fonte: Wikipedia.
Por seu trabalho em prol da união e de paz, Mandela e De Klerk receberam o prêmio Nobel da paz em 1993.
A 1ª Copa do Mundo na África
Um erro muito comum no estudo da realidade africana é tratar o continente como uma entidade única e coesa e não como o mosaico de culturas, povos, etnias e realidades sócio econômicas distintas que na realidade o caracterizam.
Dentre as muitas separações que se pode impor à África, a primeira que se estabelece é a da áfrica branca e da áfrica negra. Não apenas pela diferença entre as características físicas de seus habitantes, esta separação dá-se pela posição geográfica dos países que engloba, separando aqueles localizados abaixo da fronteira natural do deserto do Saara e aqueles localizados acima, na região conhecida como Magreb, poente em árabe, entre eles, Marrocos, Tunísia, Argélia entre outros.
Estes países dividem entre si o passado da dominação árabe, datada do século VI, bem como as características culturais, religiosas, arquitetônicas e físicas que essa dominação trouxe. Apesar das semelhanças deste passado em comum, os países atuais são tão distintos como quaisquer outros no continente, indo desde uma monarquia no Marrocos, passando por uma ditadura na Líbia e chegando em uma república no Egito.
As diferenças nos países da áfrica negra, subsaariana são ainda mais gritantes, destes, pelo menos 20 encontram-se atualmente em estado de guerra ou de algum outro tipo de agitação ou instabilidade social. O principal motivo para essas agitações devem-se tanto à maneira como os estados africanos foram formados quanto pela abundância dos recursos naturais presentes nesta região.
A divisão do continente africano em uma série de territórios estanques a serem explorados pelas potências europeias ocorreu durante a conferência de Berlim (1884-1885). Nesta reunião o continente africano foi dividido entre as nações interessadas em explorá-lo, não levando-se em conta as características culturais e populacionais da região, muitas vezes confinando-se em um mesmo território etnias e tribos que eram historicamente rivais.