Em 1948 a África do Sul adotou, oficialmente, a política do apartheid, que em africâner, língua falada no país, significa separação. Na prática, o apartheid existia no país há mais de um século, entretanto, apenas na década de 40 foi consolidado como lei de segregação racial.

Por essa política, inúmeras restrições eram aplicadas aos negros. Por exemplo, negros e brancos não podiam morar nos mesmos bairros. Os negros eram confinados aos bantustões, tinham seu acesso aos bairros brancos controlados e estavam submetidos ao toque de recolher. Não podiam compartilhar transportes públicos ou escolas com a população branca, nem ocupar cargos políticos, entre diversas outras restrições, vergonhosas e humilhantes.

Uma das mais destacadas figuras na luta contra o apartheid foi Nelson Rolihlahla Mandela. Nascido em 1918, Mandela tornou-se, desde muito cedo, ativista. Antes de 1948, pode estudar e formou-se em direito. Com a adoção das leis do apartheid, suas atividades a favor dos direitos dos negros foram consideradas terroristas e Mandela foi condenado à prisão em 1962, onde passou mais de duas décadas, sendo libertado apenas em 1990.

A prisão aumentou o prestígio do líder sul africano. Pouco a pouco, entidades governamentais e civis do mundo inteiro faziam protestos, pedidos e petições reivindicando a liberdade de Mandela.

As pressões internas e externas acabaram por corroer o regime do apartheid e, com ele, as razões para que se mantivesse Mandela preso. Libertado na década de 90, em 1993 dividiu o prêmio Nobel da Paz com Frederik de Klerk, presidente sul-africano que havia posto fim ao apartheid.

Seu enorme prestígio fez com que ganhasse as eleições presidenciais de 1994, sendo eleito o primeiro presidente negro da África do Sul. Seu mandato terminou em 1999 e em 2004 Mandela retirou-se oficialmente da vida política, mas se manteve colaborando com ONGs a favor dos diretos humanos e ativista pelo combate a AIDS na África.

Mandela faleceu em sua casa em 2013.

Durante toda a década de 80, vários artistas engajados contra a discriminação racial fizeram protestos a favor da libertação de Nelson Mandela. A canção Mandela Day fez um enorme sucesso através de um dos mais famosos grupos de pop rock da época, o Simple Minds. O objetivo era organizar um evento – que leva o nome da canção – e que teria visibilidade internacional, demonstrado a força política de Mandela, ainda que na prisão.

A letra é, na verdade, uma comemoração a liberdade do líder que, devido ao desgaste do apartheid, estava próxima. A previsão feita pela letra estava correta e dois anos depois Mandela era libertado.

Em 2009 foi comemorado o aniversário de 91 anos de Nelson Mandela. Várias personalidades, como a primeira dama da França, Carla Bruni, prestaram tributo ao líder sul africano, no evento conhecido como Mandela Day.