O tabaco é uma planta, cujo nome científico é Nicotiana tabacum. Apesar de socialmente aceito em muitos grupos, e de ser consumido há muito tempo na história História do Fumo
O uso do tabaco começou por volta de 1.000 a C., entre os índios da América Central, onde era usado em rituais religiosos. No século XVI, chegou à Europa com Jean Nicot, diplomata francês, que atribuiu ao tabaco a cicatrização de uma úlcera na perna, até então incurável. Inicialmente utilizado com fins curativos, por meio do cachimbo, difundiu-se rapidamente, atingindo Ásia e África, no século XVII. No século XVIII, o tabaco foi muito utilizado na forma de rapé – um pó que pode ser aspirado -, pois se acreditava em suas propriedades medicinais. No século XIX, iniciou-se o uso do charuto, primeiro na Espanha e depois pelo resto do mundo. Por volta de 1840 surgiram as primeiras descrições de homens e mulheres fumando cigarros, porém somente após a Primeira Guerra Mundial começou a haver um consumo de massa.O tabaco se espalhou por todo o mundo a partir de meados do século XX, com ajuda de publicidade e marketing.A partir de 1960 surgiram as primeiras comprovações científicas sobre os malefícios do cigarro.
Hoje o fumo é cultivado em todas as partes do mundo e é responsável por uma atividade econômica que envolve milhões de dólares.
, o tabaco vem sendo combatido fortemente nas últimas décadas.
Os altos gastos na saúde pública
gastos na saúde públicaGastos na Saúde Pública
O tabagismo gera uma perda global de 200 bilhões de dólares por ano em saúde pública, sendo que a metade dela ocorre nos países em desenvolvimento. Este valor, calculado pelo Banco Mundial, é o resultado da soma de vários fatores, como o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de pessoas em idade produtiva, aumento de aposentadorias precoces, aumento no índice de faltas ao trabalho e menor rendimento produtivo, com a perspectiva de serem 10 milhões em 2030. , além dos danos pessoais causados pelo cigarro, estão entre os fatores que provocaram esse movimento de reação
à indústria do tabaco.Indústria do Tabaco
O Brasil é o quarto maior produtor de tabaco no mundo, atrás apenas da China, Estados Unidos e Índia. Desde 1993, é líder em exportação no mundo. Um dos fatores para essa liderança é o fato de que o tabaco proveniente do Brasil é reconhecido como de boa qualidade e de baixo preço. No país também é marcante a presença da comercialização ilegal de cigarros, que representa 35% desse mercado. Com isso, o governo perde anualmente em arrecadação cerca de US$ 650 milhões.
Mesmo assim, o número de viciados é alto. De acordo com informações do INCA, os principais elementos que levam jovens ao tabagismo são: a curiosidade, a imitação do comportamento de outros, a necessidade de auto-afirmação e a influência
da propaganda.A publicidade promovida pela indústria do tabaco sempre soube associar as demandas sociais e as fantasias das pessoas ao uso do cigarro. A manipulação psicológica inserida nesses anúncios procura criar a impressão de que o tabagismo é muito mais comum e socialmente aceito do que é na realidade. Para isso, utiliza a imagem de ídolos e modelos de comportamento com cigarros, muitas vezes de forma indireta.
A publicidade direta foi proibida no Brasil por meio da Lei 10.167, que restringe a propaganda de cigarro e de produtos derivados do tabaco. Pela lei, a propaganda de cigarro é permitida somente na parte interna dos locais de venda do produto, por meio de pôsteres, painéis e cartazes.
Ficam proibidos os anúncios nos meios de comunicação, outdoors, placas e cartazes luminosos.
A lei também proíbe a distribuição de qualquer tipo de amostra ou brinde, a venda de cigarros em estabelecimentos de ensino e de saúde, o consumo de cigarros em aviões, independente do tempo de duração do vôo, a venda do produto por via postal, a realização de visita promocional ou distribuição gratuita em estabelecimento de ensino ou local público e a propaganda indireta contratada, também denominada merchandising. No caso de descumprimento da lei, são aplicadas multas.
O Ministério da Saúde, através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária também tem regras sobre a publicidade de cigarros:
Resolução da Anvisa n.º46: proíbe o uso dos termos baixos teores, suave light, soft, leve, teores moderados, altos teores e outros. Os limites máximos de alcatrão, nicotina e monóxido de carbono dos cigarros brasileiros deverão ser, respectivamente, num prazo de 9 meses, de 12 mg, 1,0 mg e 12 mg, e num prazo de 18 meses, de 10 mg, 1,0 mg e 10 mg.
Efeitos
No cérebro
Os principais efeitos da nicotina no Sistema Nervoso Central são a estimulação do humor e redução do apetite.
Quando alguém fuma há muito tempo, pode desenvolver tolerância: tende a consumir um número cada vez maior de cigarros para sentir os mesmos efeitos que antes eram produzidos por menor quantidade.
Alguns fumantes, ao pararem de fumar repentinamente, podem ter
síndrome de abstinênciaA pessoa pode sentir fissura - desejo incontrolável por cigarro -, irritabilidade, agitação, prisão de ventre, dificuldade de concentração, sudorese, tontura, insônia e dor de cabeça. Os sintomas podem desaparecer em até quinze dias..
A tolerância e a síndrome de abstinência são alguns dos sinais que caracterizam a dependência do cigarro.
No restante do corpo
A nicotina aumenta os batimentos cardíacos, a pressão arterial, a freqüência respiratória e a atividade motora.
Ao fumar, a nicotina espalha-se imediatamente pelos tecidos do corpo. No sistema digestivo provoca redução da contração do estômago, dificultando a digestão. Há um aumento do vaso-constrição e da força das contrações cardíacas.
Doenças associadas
A fumaça do cigarro contém várias substâncias tóxicas ao organismo, como a nicotina, o monóxido de carbono e o alcatrão.
O tabagismo aumenta a probabilidade de doenças como pneumonia, câncer de pulmão, enfarte do miocárdio, angina e derrame cerebral, bronquite crônica, câncer em regiões do corpo que entram em contato direto com a fumaça como garganta, língua, laringe e esôfago, úlceras gastrointestinais.
É importante acrescentar que as substâncias tóxicas do cigarro são dispersas pelo ambiente, fazendo com que os não-fumantes as inalem, tornando-se fumantes passivos.
Durante a gravidez
Quando a gestante fuma, o feto recebe as substâncias tóxicas do cigarro por meio da placenta. A nicotina provoca aumento do batimento cardíaco no feto, redução do peso do recém-nascido, menor estatura e alterações neurológicas. Complicações durante a gravidez têm mais chances de ocorrência entre gestantes que fumam. Durante a amamentação é preciso tomar cuidado também, já que as substâncias tóxicas do cigarro são transmitidas para o bebê pelo leite materno.
Texto elaborado com informações do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) e do Instituto do Câncer (INCA).
O Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, foi tema de trabalho entre os alunos do 7º ano do Ensino Fundamental no Colégio MOPI Integrado do Rio de Janeiro, que produziram um vídeo sobre o tema, cuja reprodução e veiculação de imagens foram autorizadas para inserção neste Caderno.