Hábitos do nosso cotidiano, como comer, fazer exercício e comprar podem se transformar em vícios, causando preocupação e sofrimento a quem tem o comportamento e a familiares e amigos.
O termo vício tem sido evitado por especialistas, por sua conotação negativa. Entretanto, preferimos mantê-lo neste Especial, por entendermos que é mais facilmente compreendido quando se deseja discutir o limite estreito entre o hábito e a compulsão.
Os especialistas preferem o termo "dependência", quando se trata de drogas, e "compulsão", para falar de distúrbios, como o hábito constante e descontrolado de fazer compras, que se sobrepõe a outras atividades.
Para nosso cérebro, toda recompensa é bem recebida, seja originada por uma droga ou por uma experiência de vida. Sempre que os neurônios que reconhecem retribuições são provocados repetidamente por substâncias químicas ou vivências prazerosas, há risco de um cérebro vulnerável ficar dependente delas e desenvolver uma compulsão. Por tal motivo há tantas pessoas que bebem, fumam ou compram compulsivamente, por exemplo.
Comportamentos compulsivos são hábitos adquiridos pela pessoa e seguidos de alguma recompensa emocional, como alívio da ansiedade. Esses hábitos são chamados de mal adaptativos, porque, apesar de trazerem algum tipo de alívio, a recompensa vem seguida por um mal-estar físico, mental e social.
Os mecanismos cerebrais que levam à dependência de drogas ou à algum tipo de compulsão são muito semelhantes, pois se relacionam com a perda da possibilidade de escolher. Quem tem um vício ou uma compulsão não consegue escolher entre parar ou manter o vício ou a compulsão. E, por isso, essa pessoa precisa de ajuda.
Importante destacar que aqui não vamos tratar das drogas ilícitas, mas apenas das socialmente aceitas, como álcool e fumo, além de outros hábitos que se transformam em vícios.