Os dados são da nova edição do relatório da FAO, ”O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo”.
A fome é um fenômeno global. Ter o alimento mínimo todos os dias para uma vida ativa e saudável é um sonho distante para milhões de pessoas nos países em desenvolvimento. A “insegurança alimentar” - situação de pessoas que passam fome e temem morrer de inanição – tem afetado todas as regiões do mundo. A marca de famintos é de 642 milhões na Ásia e no Pacífico e de 265 milhões na África Subsaariana. Na
América Latina e no Caribe
Nesta região, os progressos históricos na redução da fome foram anulados como consequência da alta dos preços dos alimentos e da atual crise econômica.
, única região que tinha registrado sinais de melhoria nos últimos anos, o aumento foi de cerca de 13%.
A crise tem características inéditas. Não atinge somente os deserdados, aquela faixa da população mundial que vive sob o limiar da pobreza extrema, ou seja, com menos de um dólar ao dia. Desta vez, faz sofrer também as populações urbanas dos países emergentes que haviam se afastado da fome. Até mesmo nos países desenvolvidos a desnutrição é uma preocupação crescente, principalmente, por causa do aumento das desigualdades sociais.
Os países com índices mais alarmantes são: Índia, China, Indonésia e Paquistão, na Ásia, e República Democrática do Congo, Bangladesh, e Etiópia, na África. As notícias positivas são apenas de alguns países do Sudeste Asiático, como Tailândia e Vietnã, que tiveram avanços em direção à meta da Cúpula Mundial da Alimentação, realizada em 1996.
Veja abaixo um mapa dos principais países de risco de fome.
Fonte:
http://web.stratfor.com/images/world/map/2008-food-crisis-countries_800.jpg
O triste veredicto é que a Meta do Milênio para a redução da fome e miséria no planeta – subscrita naquela Cúpula por 189 nações - tornou-se inviável. O compromisso de reduzir o número de famintos à metade até 2015 ficou na intenção.
Até aquele ano, as pessoas que lutam contra a fome deveriam passar de 790 milhões a 575 milhões, para, em 2039, atingir 400 milhões. Nada mais longe da realidade: as cifras dos últimos cinco anos indicam que as políticas adotadas e os investimentos feitos não estão à altura das promessas de 96. Veja ao lado, o gráfico de avanço da fome.