O que é fome? Estamos habituados a relacionar fome com quantidade insuficiente de alimentos para as refeições diárias. Mas fome, aqui, é mais que isso: é não ter acesso aos tipos e à variedade correta de alimentos para satisfazer as necessidades nutricionais. Têm fome aqueles cuja alimentação diária não aporta a energia requerida para manutenção e funcionamento do organismo e para as atividades ordinárias do ser humano. Essas necessidades são expressas em calorias e variam segunda a idade, o peso, o sexo, a saúde, o trabalho, o clima e o metabolismo. Segundo a FAO, para um adulto médio a necessidade energética essencial é de 2000 calorias diárias.
A fome de que se trata aqui está, portanto, atrelada à desnutrição. Os especialistas em nutrição diferenciam dois tipos de fome: a global e a parcial. A fome global, também chamada fome energética ou calórica, é entendida como a incapacidade de a ração alimentar diária ingerida por uma pessoa fornecer as calorias equivalentes à energia gasta pelo organismo nos trabalhos realizados. Além das calorias, a alimentação deve fornecer determinados elementos nutritivos – como proteínas, vitaminas e sais minerais – que cumpram a função de restaurar as células, os tecidos e os órgãos de todo o nosso organismo.
Já a fome parcial ou específica é a falta prolongada de qualquer uma dessas substâncias na alimentação, que provoca distúrbios e lesões no organismo, com graves consequências à saúde.
Uma alimentação insuficiente tem com consequências: emagrecimento, apatia, fraqueza muscular, depressão do sistema nervoso, menor resistência a doenças, envelhecimento precoce e morte por inanição e por incapacidade de o organismo combater as infecções. Pessoas extremamente desnutridas não conseguem manter sequer as funções vitais básicas.