O RIO DE JANEIRO NUNCA MAIS FOI O MESMO...
   
   
 

As mudanças provocadas pela vinda da corte portuguesa

O Rio de Janeiro ganhou ares de Europa, com a melhoria de seu sistema de limpeza, introdução de novos costumes e com a diversificação do comércio. Em especial a vida cultural ganhou impulso com a criação da imprensa régia, a Biblioteca Real, que originou a atual Biblioteca Nacional, com os livros trazidos de Portugal e que somavam cerca de 14 mil volumes. Entre os artistas, podemos destacar a obra de Debret, pela capacidade de retratar os costumes e as cerimônias da época.

O luxo introduziu-se na cidade, com as modas importadas da França e da Inglaterra, saraus literários e concertos de música que foram indispensáveis em todas as cerimônias oficiais. Não podemos deixar de destacar a criação do teatro onde se encenava espetáculos com artistas portugueses e europeus e o belíssimo Jardim Botânico.

A cidade e a arte

O Rio de Janeiro teve que se adaptar à família real. A primeira sede administrativa do novo estado foi o Paço Imperial, na Praça XV, Rio de Janeiro. O paço guarda, atualmente, as mesmas características da época e, como várias construções daquele período, abriga hoje um centro cultural

Como residência oficial, a corte preferiu se estabelecer em um local mais afastado da agitação do centro carioca


Assim, a Quinta da Boa Vista, residência de um comerciante português, e, São Cristovão, foi cedida ao regente e sua família, e se tornou o palácio real. A quinta foi construída nos moldes da arquitetura portuguesa e possuía fontes e jardins, em um belo trabalho de paisagismo. Hoje em dia, o palácio da Quinta da Boa Vista pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro e abriga o Museu Nacional, contando também com um zoológico.

 


Buscando fomentar o desenvolvimento das artes no Brasil, em 1816 estimulou-se à vinda de vários artistas franceses, na chamada missão francesa. Aportaram nas terras brasileiras Debret, Taunay, o arquiteto Granjean de Montigny, entre outros. Nesse mesmo período, foi fundada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios, cujo objetivo era implantar, oficialmente, o ensino de educação artística no país. A escola teve muitas sedes, mas a que permanece até nossos dias é a do atual Museu Nacional de Belas artes, construção do inicio do século XX, em estilo neoclássico, que promove diversas exposições importantes.


Educação e Ciência

Além do estímulo às artes e ao urbanismo, a ciência e a tecnologia, especialmente com fins militares, foram amplamente divulgadas na nova sede da corte. Assim, cursos superiores como engenharia e novas escolas militares foram fundadas. Além de museus e faculdades de medicina.

Dentre as primeiras instituições criadas figuram a Academia Militar.

Foi criado também, com finalidade científica, o Jardim Botânico. O objetivo era aclimatar espécies européias ao clima brasileiro, especialmente, especiarias. Hoje, o Jardim Botânico possui milhares de espécies da flora não nativa do Brasil, além das impressionantes palmeiras imperiais, plantadas no século XIX. No seu interior funcionava ainda a Fábrica de Pólvora do Império, mais tarde transferida para a Serra da Estrela. As ruínas da fábrica ainda existem, e junto com o resto do jardim, constituem um patrimônio histórico inestimável para o Brasil.