Tempestades, fome, piolhos...mas enfim, a Bahia
A viagem durou quase dois meses, em meio a tempestades no oceano
aberto e um surto de piolhos provocado pelas péssimas
condições de higiene a bordo, que levou as damas
a rasparem os cabelos. A chegada em Salvador, então
capital do Brasil, em 22 de janeiro, foi um alívio
e foi registrada no diário de bordo:

Em 28 de janeiro, um decreto de Dom João abria os
portos do Brasil ao comércio direto com todas as nações
amigas, abolindo o até então exclusivo comércio
com a metrópole.
A abertura dos portos às nações amigas não foi uma simples medida administrativa. Na verdade, ela pôs fim ao pacto colonial, no qual o Brasil mantinha relações comerciais unicamente com Portugal. A abertura dos portos significou, portanto, que o Brasil poderia ter relações comerciais com outros países, o que dinamizou a economia brasileira.
E depois o Rio de Janeiro...
Em Salvador tudo era festa com a chegada dos nobres portugueses,
mas o príncipe regente não quis ficar na Bahia,
preferindo se estabelecer na capital, o Rio de Janeiro, aonde
chega em março de 1808. Chamamos esse período
de período joanino, que começa em 1808
e termina em 1821, com o retorno da corte àLisboa.
A presença da Corte portuguesa no Brasil alterou profundamente o cotidiano da cidade do Rio de Janeiro. Artistas e cientistas estrangeiros vinham conhecer os trópicos; museus e escolas foram criados; multiplicaram-se as repartições públicas; o comércio e a indústria iniciaram uma atividade tímida, porém intensa. As melhores casas foram obrigatoriamente cedidas à nobreza portuguesa, depois de marcadas com as iniciais PR de Príncipe Regente, que o povo lia como Prédio Roubado. |