NAPOLEÃO A VER NAVIOS
   
   
 

Por que a família real portuguesa fugiu para o Brasil?

No século XVIII, a Inglaterra fez a sua Revolução Industrial, tornando-se uma potência econômica da Europa moderna. Portugal aliou-se aos ingleses, cujos tratados econômicos lhe permitiam comprar as manufaturas inglesas a preços mais baixos. Entretanto, isso o tornou dependente da economia inglesa, pois não desenvolveu sua própria indústria. A dependência econômica logo se tornou dependência política, e a Inglaterra passou a interferir diretamente nos assuntos portugueses, já que tinha interesse direto na manutenção do Estado Português.

Se, por um lado, Portugal e Inglaterra eram bons aliados, o mesmo não podemos dizer com relação à Inglaterra e França. Consideradas, muitas vezes, “inimigas históricas”, não foram poucos os conflitos que envolveram essas duas nações. Após a Revolução Francesa de 1789, a França começou uma reestruturação que acaba por levar ao poder um audacioso e jovem general, Napoleão Bonaparte. Como bom general, Napoleão acreditava na conquista de territórios para aumentar a riqueza da França e nas guerras napoleônicas que vão dominar parte da Europa no início do século XIX e consumir os recursos da França. A expansão napoleônica leva os franceses longe, mais precisamente, a Lisboa, capital portuguesa. Ante a invasão, o príncipe regente D.João publicou um decreto anunciando a vinda para o Brasil.



E Napoleão ficou a ver navios...

Agora, vamos imaginar como foi essa partida...

Em 28 de novembro de 1807, estima-se que entre 10 e 15 mil portugueses tomaram as embarcações, escoltadas por navios ingleses, levando seus pertences mais valiosos. Livros, móveis, jóias, roupas e até animais. A esposa de Dom João VI, Dona Carlota Joaquina trouxe toda sua biblioteca, como boa parte da nobreza. Para termos uma idéia, eram tantos volumes que Dom João fundou, em 1810, uma Biblioteca para abrigá-los, essa biblioteca ainda existe e é a Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro, que possui um dos maiores e mais diversificados acervos da América Latina. E vários livros de Dona Carlota ainda estão lá.

Há muita divergência entre o número de portugueses que embarcaram. Confira em http://veja.abril.com.br/200607/p_114.shtml. (Fonte: Revista Veja)








Houve uma enorme correria. Ninguém queria ser deixado para trás... A população portuguesa assistiu à fuga da corte boquiaberta. A rainha, Dona Maria I, a louca, lastimava a entrega do reino aos franceses e preocupava-se com a reação do povo frente ao embarque da corte. A ela é atribuída uma das mais pitorescas frases da história:

“Não corram tanto! Vão pensar que estamos fugindo!”