Mais de um século se passou desde a abolição da escravatura, e ainda
hoje se fazem necessárias políticas especiais de apoio e inclusão do
negro no Brasil. Tais políticas funcionam também como um agente reparador
dos danos causados ao longo de tantos anos de preconceito e discriminação.
A mobilização contra o racismo sempre partiu da população negra, que
desde os quilombos se organiza em associações e luta por direitos culturais,
econômicos e sociais há muito tempo violados.
Agora, esses
movimentos têm uma representação no governo. Desde 2003 existe um ministério
responsável por articular e implementar projetos que promovam a proteção
e igualdade de grupos raciais e étnicos atingidos por discriminação,
com ênfase na população negra. É a Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR),
cujos projetos incluem parcerias com ongs e empresas privadas para a
execução de diversos projetos e diversos ministérios e têm suas políticas
próprias.
Porém, ainda que existam leis e movimentos
sérios de luta pela igualdade racial, o preconceito é uma postura difícil
de ser vencida. Ainda assim, esperar que a situação se modifique sem
nenhuma política de inclusão é ignorar o problema.
Relatório
do IBGE de 2006 mostra que: a população declaradamente preta e parda
tem menos escolaridade e um rendimento médio equivalente à metade do
recebido pela população branca, na média das seis regiões metropolitanas
investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE. Já a taxa de desocupação
dos pretos e pardos (11,8%) é superior à dos brancos (8,6%).
Em setembro de 2006, a população declaradamente preta ou parda representava
42,8% das 39,8 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade nas seis
regiões metropolitanas investigadas pela Pesquisa Mensal de Emprego
(São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto
Alegre). A PME segue o sistema de classificação de cor ou raça adotado
pelas pesquisas domiciliares do IBGE, no qual o informante escolhe uma
entre cinco opções: branca, preta, parda, amarela ou indígena.
SAIBA MAIS
IBGE
divulga estudo especial da PME sobre Cor ou Raça.