ÁFRICA : o Continente Esquecido
O continente africano localiza-se a leste da América do Sul e ao sul da Europa. É o terceiro maior continente da Terra, com 30.330.000 de km2.
Localização da África.
Fonte:
Wikipedia
Antes da ocupação dos europeus, a África era habitada por povos com
diferentes formas de organização política e social.
Os primeiros
europeus que chegaram à África foram os portugueses e sua primeira expedição
levou escravos para a Europa, em 1441. Apesar de não ter como objetivo
principal a captura de escravos, capturou 10 negros africanos.
A partir daí a exploração do continente africano foi uma constante através
da história. Durante séculos, a população africana foi capturada, forçada
a deixar sua terra e submetida à escravidão. Após a abolição da escravatura
nos diversos países do Ocidente, a África passou por outro fenômeno,
igualmente perverso: o imperialismo.
No século XIX, a Europa
passou pela Segunda Revolução Industrial. Seguindo o exemplo da Inglaterra,
que havia feito a Revolução Industrial no século XVIII, diversos países
da Europa modificam sua estrutura produtiva, trocando o trabalho artesanal
pelo manufaturado. Mas a industrialização requeria investimentos, além
de matéria prima e mão de obra. À medida que Itália, Alemanha, França,
Portugal, Espanha e os demais países se industrializam, esses recursos
são cada vez mais escassos. Assim, buscando uma saída para este impasse,
a Europa volta-se para os países da Ásia e da África, iniciando a chamada
corrida imperialista.
O imperialismo ou neo-colonialismo
pode ser caracterizado como o domínio que alguns países europeus, mais
desenvolvidos, exerceram sobre os países asiáticos e africanos que ainda
não haviam iniciado o processo industrial. O resultado do imperialismo
foi desastroso. Para a Europa, mergulhou o continente na Primeira
Guerra Mundial, já que em pouco tempo, o mundo ficou pequeno para
a expansão industrial. Para as nova colônias, o imperialismo aumentou
o subdesenvolvimento, gerou diversas revoltas internas e pode ser considerado
um importante fator para entendermos a pobreza e miséria em que o continente
africano permanece.
A descolonização da África realizou-se
no século XX, mas os países capitalistas não abandonaram a exploração
do continente, rico em minério e recursos. Além de estar submetida economicamente,
a África possui diversas etnias, idiomas e interesses diferenciados,
o que torna difícil pensar em uma unidade. Desde a descolonização, a
instabilidade política nos países africanos é constante, assim como
os conflitos civis e as longas ditaduras. Fraudes eleitorais como a
ocorrida em 2008 no Zimbábue
e massacres étnicos como o de Ruanda,
em 1994, não são, infelizmente, fatos isolados. Ao contrário, fazem
parte constante da história de um continente que o mundo insiste em
ignorar. A parte mais pobre do planeta, a África Subsaariana concentra
o maior número de infectados pelo vírus da aids, além de 90% dos casos
de malária no mundo. Apesar das atenções voltadas para o continente
africano nos últimos dez anos, ainda não existem políticas internacionais
sistemáticas de apoio ao continente, apesar dos esforços de órgãos como
a Unesco. Os conflitos civis geram um enorme número de refugiados que
atravessa as fronteiras fugindo da guerra.
Em meio a esse
panorama desolador, surge o exemplo benéfico do desenvolvimento da África
do Sul. Este país, que durante boa parte de sua história esteve sob
o regime do apartheid, que segregava brancos e negros, conseguiu tornar-se
um dos países com o maior desenvolvimento no continente africano. A
experiência sul-africana mostra que há soluções possíveis para os problemas
continentais e que a África pode desenvolver-se e livrar-se da exploração
a que foi sempre submetida.